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Política

Governadores de direita acusam Lula de 'radicalização' após tarifaço de Trump

Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado criticam governo por 'irresponsabilidade política' em evento com empresários do agronegócio

Lincoln Saltz
13 ago 2025
6 min de leitura
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Governadores de direita em evento empresarial do agronegócio

Em evento promovido pelo BTG Pactual em São Paulo, governadores de direita criticaram duramente a forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem conduzido a reação ao tarifaço imposto pelo governo Donald Trump, acusando o Palácio do Planalto de radicalizar o discurso e de "irresponsabilidade política".

No palco, estavam os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ronaldo Caiado (Goiás), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Ratinho Júnior (Paraná). Eles também acusaram o governo de negligenciar o ajuste fiscal, enquanto defenderam políticas de corte e reformas promovidas localmente em seus estados.

Críticas à diplomacia brasileira

Sobre o tarifaço, Ronaldo Caiado voltou a acusar o governo de Lula pelas consequências da crise com os Estados Unidos. O governador de Goiás, pré-candidato à presidência em 2026, afirmou que o presidente tem radicalizado o discurso, e governado com "marqueteiro", em vez de consultar ministros.

"Nós não sabemos a que ponto de irresponsabilidade ele vai querer levar (o país) com esse discurso. Mas tudo isso sendo feito, radicalizando cada vez mais, como se Brasil pudesse decidir qual é a moeda a ser substituída no dólar"

Ratinho Júnior, do Paraná, que também tem flertado com uma candidatura presidencial em 2026, acusou o governo Lula de enfraquecer a diplomacia brasileira. Em um segundo momento, ele afirmou que "comer uma jabuticaba e fazer um videozinho" não iria resolver os problemas do país.

Nova safra de governadores

Os quatro afinaram o discurso ao se colocarem como uma "nova safra" de governadores que seria uma alternativa política para o país. Durante a mesa, defenderam que responsabilidade nas contas públicas pode estar aliada à manutenção de programas sociais, citando cortes de cargos e secretarias, privatizações e redução de benefícios tributários em seus estados como exemplos.

Tarcísio foi aplaudido quando disse que o Brasil "não aguenta mais o Lula e não aguenta mais o PT". Durante a mesa de pouco mais de uma hora, o governador paulista e Eduardo Leite evitaram tratar do tarifaço e focaram as críticas ao governo na questão fiscal.

Eduardo Leite também defendeu que não há oposição entre ajuste fiscal e políticas sociais. Caiado, mais incisivo, acusou Lula de não ter compromisso com o equilíbrio fiscal e de adotar uma postura "populista" que comprometeria a saúde financeira do país.

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